terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Abandonado





ABANDONADO



Abandonado eu estou,
por causas justas eu digo,
mas não sinto.

Sinto uma falta de si mesmo,
uma oitava no Cinismo,
uma cadavérica causa,
sem muita base.

Sinto-me oprimido,
distraído, esquivo,
dado aos cães,
como um coelho imprudente.

Ah, quem me dera,
poder partilhar da vossa visão,
dar-me-ia uma visão de cão,
custar-me-ia a alma,
minha conexão.

Dou-lhe a paz,
em votos passageiros,
remissivos,
mas duradouros,
na alma do Taurino.

Belas palavras,
boas frases,
enloquente ditas,
mas só palavras.

Quando a causa lhe chama,
faz cara de gana,
mas se difama,
na alta trama.

Não sinto paz...

Na minh´alma a dor bate,
a dor da intolerância,
o Punhal da incompreensão,
a mancha do Revanchismo.

Isso dói muito...

Dói na alma,
dói na paz,
dói na mais calma serena,
pois não há paz,
para quem tem dúvida.

Não há busca sem causa.

Ah, como queria ser igual,
simplesmente aceitar,
sem hesitar, esgueirar,
pelas tangentes magnas,
da minh´alma.

Será que estou tão errado?

Será que, in facto, sou déspota,
traidor, usurpador,
do poder secular, insular,
que tem nas mãos?

Ah, quem me dera...

Um brinde,
um brinde do cálice,
cálice da compreensão,
da verdade por trás da máscara,
in loco abusa, intrusa,
a verdade que há por trás da minha dor.

Ah, quem me dera...

Queria ser como antes,
não questionava,
havia paixão,
paixão essa inflamante,
qual passava por tudo,
até por mim...

Hoje não mais compartilho da tua paz.

Hoje sou louco, tosco,
sombra em fato,
mostra da causa,
na falha una.

Estou diferente...

Minha causa me incomoda,
minha alma se entorta,
na chama do alerta,
alerta máximo;
“Algo está errado”.

Ah, que cor!!!

Que cor que tem a rejeição?
Eu sei.
Me vesti com ela.

É de um vermelho Rubro,
rubro como o sangue,
rubro como a escolha;
“Minha alma se divide”.

Não, entanto, me laceio,
não mais comungo com você,
vassalo odiado,
maldito no madeiro.

Não sei se estou certo,
ou errado, misturado,
na mais breves causas,
da minh´alma triste.

Sei que a mim rejeitou,
não me permitiu a resposta,
não me deixou questionar,
apesar a aceitar,
a condição de servo.

Servo Eu Sou,
da Luz apenas,
da imaculada Luz,
nesse rincão sem fim,
sombrio no momento.

Mas hei de levantar,
com sua resposta vindoura,
seja boa, seja ruim,
devo me esqueirar,
até encontrar,
minha casa de Luz.



Com Carinho Compartilho,


Anjo Guardião Branco

7 comentários:

Poema de Luz disse...

Que bom estar aqui novamente, refletindo sobre mais uma poesia sua. A foto usada ficou perfeita para esse tema.
Estou grata, pois lendo-a, como li outras tantas suas, sempre me leva a uma reflexão profunda e a um crescimento, entendimento de muita coisa antes incompreendida, questionada e que bom respostas surgem!
Luz e paz!

Anjo Guardião Branco disse...

Agradeço vossa colocação, Poema de Luz. Vejo que entendeu o uso dessa poesia. Fico muito feliz que gostou.

Luz e Paz.

E.I.R. disse...

Amigo,

Mais marteladas do ferreiro, em forjas de calores extremos! Que tudo isso contribua para que a tua espada e teu escudo fiquem ainda mais reluzentes.

Fraterno abraço.

conte sempre com este pequeno Irmão.

E.I.R.

Anjo Guardião Branco disse...

Grato, Nobre Eduardo. Suas palavras sempre são brasas na minha fornalha locomotiva, pronta para continuar minha viajem. Minha alma se reiteira na mais breve oitava advinda, pela tua nobre contribuição.

Brava gente continua, mesmo quando em desvantagem.

Luz e Paz. Amor e Honra.

Um grande Abraço.

Flor da terra à água disse...

Sim, Anjo Guardião Branco, muito a refletir acerca de seus dizeres com relação à nossa posição neste vasto Universo e numa Terra de preconceitos e futilidades. É a busca da paz e da Luz, primeiramente intrigante e questionante, pondo-nos, inclusive, a uma posição de loucura, ou mesmo solidão, e o posterior encontro do caminho, que nos permite reflexão das dádivas que nos afloram e que nos trazem a tranquilidade e a tão almejada esperança de sermos seres de bem a propagar palavras do coração. Muita Luz e paz em nosso caminho.

Anjo Guardião Branco disse...

Mui grato pela vossa contribuição, Flor da Terra à Agua. Grato por compartilhar. Neste Vasto Universo, o Inefável Verbo Transcendente, nos é partidário nos rincões mais ternos e perenes dos nossos corações, sempre incondicionalmente no partido dos vossos filhos e filhas, buscadores incansáveis, em rota da sua própria perfeição. Este "estalo" de consciência, devido a todo filho e filha da luz, nos conduz a este Verbo Transcendente, mesmo quando o "acaso" e as futilidades nos acuam com suas lanças terríveis. Eis que, mesmo acuados, ousamos buscar, ato este que nos faz cada momentum mais purificados e purificadas da inconsciência humana.

Luz e Paz.

Lalá disse...

Meu querido anjo e amigo ....
Nunca me identifiquei tanto com um poema como com este.
Acho que vc o fez para mim não?? rsrsrsrs
Os filhos da luz sempre em algum momento da sua jornada se sentem abandonados.... afinal as nossas almas...a nossa essencia sempre busca e se buscam.
Seu dom é belíssimo...seu poema é lindo.
E eu só tenho que te agradecer.
Fique na luz de Deus que nunca falha..
Beijos violetas
L.