quarta-feira, 22 de abril de 2009

À Sombra do Inconfidente




Data Estelar, 22 de Abril de 2009, manhã de quarta-feira, céu aberto. E mais uma vez nos vemos envolvidos pela Hipocrisia e Ignorância pela qual nos sujeitamos. Somos ilegítimos filhos da Democracia, desviados pela politicagem sensacionalista o qual nossos políticos são mestres. Somos assim manipulados, domesticados à cada dia, como o objetivo de nos fazer aceitar as barbáries que estes seres imundos fazem a toda hora. Não somos Democratas, nem Republicanos, muito menos independentes, somos ultra-direitistas centralistas de situação obrigados, pois sempre nossas atenções são desviadas á causa de aquele que está no poder, magnificamente orquestrado pela mídia manipulada e sem qualquer honra. Somos chacotados pelo comerciais políticos cheio de cores, de sorrisos, de projetos bem sucedidos em nome do povo. Isso é manipulação de opinião inconsciente, isso é a derrocada da Democracia, onde supostamente o povo é o líder maior. Mas não é assim que funciona. Isso nunca funcionou. Democracia em si é falha, pois não prevê formas de frear o Governo corrupto. Democracia não prevê a falta de interesse de um povo, ou a proteção contra a ignorância deste. A Democracia é feita pelo povo e para o povo... Que povo? Aqui não diz a que povo ela se refere, seria ao povo excluído? Ao povo carente? Ao povo descrente? Não diz... simplesmente diz ao povo... Talvez houvesse aqui uma tentativa de unir as diferenças humanas, tradicionais limitadores da ignorância patriótica, ceifadoras de vidas, humanas e as demais, por um ideal imaginário, possível, mas imaginário... Mas o que é importante, é que o povo não é dono dele mesmo. São apenas gado na mão dos poderosos. Ovelhinhas que pulam ao grito do seu senhor... Dizem que acabou a escravidão, talvez sim a escravidão do povo negro, que foi cruelmente arrancado de sua pátria, para servir de material humano nesse açougue, e que agora faz parte, orgulhosamente, do povo chamado brasileiro... Não mais como escravos, mas como povo. Acabou a escravidão deles, mas começou a escravidão das idéias. Nunca houve uma nação brasileira, houve apenas um sonho, um sonho de um dentista mineiro, que foi ceifado por um companheiro, destruindo completamente este sonho. Houve um sonhador, assim como muitos, que queriam nada mais, nada menos, que viver dignamente, morar num país que fosse seu, ver seus semelhantes tendo vidas decentes, crescendo em Sabedoria, em capacidade, tanto material quanto intelectual, para perseverarmos juntos à caminho de uma unidade, de uma igualdade, fraternidade e liberdade, bandeira da época. Mas é claro que esta idéia não vigorou, brasileiro é brasileiro, povo descrente e cansado, povo ignorante e desdentado, que não tem iniciativa para nada, nem para buscar o básico. É mais fácil morrer na espera por um atendimento, doquê protestar contra os governantes corruptos.


Inconfidente o cacete! É Herói. Herói martirizado, que sonhou com um país, onde suas idéias fossem ouvidas, onde sua palavra poderia vagar livremente, onde o povo seria o líder, não o poder. Dizem que depois tivemos uma independência, uma independência ou morte, mas acho que foi só morte. Independência promovida pelo poder não é independência, é acordo. Nunca fomos independentes, apenas o poder mudou de lugar, antes era Portugual, agora é o Brasil. Somos nossos próprios algozes, nossos próprios carrascos, que em nome de uma ilusão de poder, maltrata e destrói seu povo, para extorqui-lo até sugar seu sangue, para se manter no poder.


Por isso digo que estamos à Sombra do Inconfidente!!! Não temos Honra para nem mesmo olhar para ele, somos amebas perto dele. Ele teve coragem, ele teve ideal, iniciativa e também capacidade. Ele foi Herói. Lutou contra o quê achava errado, mesmo sendo um deles, pois sabemos que ele era Alferes, um tenente do exercito português daquela época. Ou seja, ela era situação, e mesmo assim desejou um país justo, por ideal. Se estas não são qualidades de um herói, desculpem, eu não conheço heróis. Hoje somos a Sombra dele. Somos um povo escravizado, oprimido, enganado por uma Monarquia-Democrata-Republicana-Popular. Mas ainda escravizados. Desafio a qualquer um que me prove se somos livres. Não temos Saúde, Educação, Segurança e nem mesmo patriotismo, temos somente um instinto de Sobrevivência. Então, devemos nos espelhar no Herói Tiradentes, neste 22 de Abril de 2009, um dia após sua data comemorativa, buscando compreendê-lo, buscando fazer de seus ideais os nossos, mandando este “governo” fazer o trabalho dele, ou perder seu lugar para quem o faça. E além disso, o espírito empreendedor do Brasileiro tem que ser ativado com urgência, para não apenas depender do Governo, mas sim agir por conta própria. Um país é feito pelo seu povo, por mais ninguém. Todo o resto é ilusão.


Tiradentes foi um Herói martirizado, morto pelo poder dominante da época. Ele lutou, tramou e conspirou contra um poder absolutista e inflexível. Hoje temos os mesmos quesitos, um governo absolutista, que manipula as massas e a mídia, que nos engana a cada palavra, inflexível, pois para eles é mais fácil dar as migalhas do quê o pão inteiro. Somos vítimas da ignorância que este governo provém. Somos também os culpados, pois não os questionamos e obrigamos a cumprir com suas funções. Inspiremos no papel do Nobre Tiradentes, e lutemos contra a escravidão intelectual, a ditadura dos recursos e a exploração da ignorância alheia. A Mudança começa com pequenas atitudes. Comece devagar, e um dia, perceberá que é um gigante.


“Os Poderosos podem destruir uma, duas e até três rosas, mas não podem deter a Primavera”
Chê Guevara


Em Protesto Compartilho;


Anjo Guardião Branco.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Um Mito Templário




Numa bela manhã de Outuno, Gerrard Bertrand resolveu tirar uma folga de suas intermináveis atribuições na Ordem do Templo. Resolveu passear pelas relvas de Jerusalém, onde estavam acantonados já há algum tempo. Tinham recebido uma tarefa hercúlea do rei, defender os peregrinos ante os Sarracenos. Mesmo para um já experimentado Templário, essa seria uma tarefa difícil, quase titânica e isso pesava na sua consciência. Resolveu pegar seu cavalo e ir passear no morro das oliveiras. Uma vez lá, viu um pequeno garoto chorando, segurando um pequeno pergaminho nas mãos. Tocando em seu coração com tal cena, Gerrard desceu do cavalo para ver o que havia com o garoto. Este garoto, com traços notavelmente árabes, chorava desconsolado e nem mesmo respondia às investidas do Templário. Gerrard então mudou de estratégia, começou a brincar com o garotinho. Logo viu que o garoto diminuiu o choro, começou a prestar a atenção naquele homem enorme, que agora parecia um bobo da corte. Depois de ver o garoto parar de chorar, Gerrard tentou conversar com ele, sem sucesso, pois não sabia falar em árabe. Mesmo assim tentou, até que disse a palavra “mãe” em latim, e isso pareceu tocar o garoto. O garotinho olhou pelo lados, pegou na mão do Francês e o levou pela mata que ali era alta, até uma pequena elevação. Lá o garoto apontou para um casebre, onde havia um homem e uma mulher, deitados e amarrados. Havia também três homens, vestidos com armaduras e com véu no rosto, que entravam e saíam da casa, cada vez com um algo nas mãos. Isso inflamou o coração de Gerrard, era um saque. Mesmo não sabendo se o garotinho iria lhe entender, ele pediu para que ficasse ali, escondido. Então, o Templário, com o coração tomado por uma fúria justiceira, tomou sua espada á mão e desceu a pequena elevação correndo, em direção aos ladrões. Uma vez lá, Gerrard se viu em desvantagem numérica, mas sua astúcia e fúria, iria falar por ele. Os ladrões, o atacavam desordenadamente, permitindo as investidas de Gerrard. Logo, o bem treinado Templário já dominava a batalha. Sem chances visíveis de vitória, os ladrões bateram em retirada ao sentir a espada do Templário. Uma vez com o campo livre, o Francês desamarrou o casal, e os colocou em pé, pois já eram de algum idade. Com o pequeno garoto nos braços, o casal agradeceu ao Templário à sua maneira, lhe fazendo a reverência típica dos árabes. Já vendo que tudo estava em ordem, Gerrard foi se retirando. Quando já chegava em seu cavalo, sentiu o pequeno toque das mãos quentes do garoto árabe. Quando virou-se, o garoto deu ao Templário o pergaminho que segurava nas mãos. Gerrard tentou ler, mas estava em árabe. Agradeceu ao garoto e foi embora.


Depois de alguns dias, Gerrard encontrou um conhecido mercador árabe que falava muitos idiomas. Pediu, por curiosidade, para que este mercador traduzisse o pergaminho para ele. O árabe pegou o pergaminho e riu. Gerrard não entendeu, mas logo o árabe se explicou:


- Este é um poema sufi. É engraçado saber que chegou às mãos de um Franco. Aqui ele diz “ A Bondade e a Nobreza não conhece barreiras...”


A Bondade e a Nobreza não conhece barreiras... Nem mesmo as barreiras culturais e religiosas. Todas as religiões reconhecem a palavra “Bondade” e “Nobre” ou “Santo”. Esta foi a lição que este Templário trouxe para França, quando este retornou das intermináveis Cruzadas...


“Não importa como você chama pelo Criador.
Não importa se você o chama de Deus, Jeová ou Alá.
O que importa de verdade,
é que Ele atende a todos os nomes.”


Com Carinho Compartilho,


Anjo Guardião Branco.