quarta-feira, 2 de abril de 2014

Não posso mais




Não posso mais

Não posso mais,
Minha alma está em prantos...

Num dia reencontrei esta alma,
mas esta não mais madura,
desde que o Mestre se foi...

Ah, que dor...
dói na alma,
não mais compactuar,
com aqueles que um dia admirei...

E pensar que ali havia encontrado minha família...

Quão ingênuo eu sou...

Não conhecia a alma humana,
não sabia das fáceis intrigas,
por mero prazer de especular,
ou por inveja, quem sabe,
por desejar o trono,
ou simplesmente para satisfazer,
le Rói du monde.

Será que minha ingenuidade não tem fim?

Será que até o fim desta,
serei enganado, mastigado,
pelas presas trevosas desde mundo,
destruído e reconstruído,
toda vez que minha alma cair?

Terei eu que sofrer, para aprender?

Onde está o sofrimento?
Havia aquele que um dia me disse,
que sofrimento não era mais necessário,
para nossa evolução.

Então, por que o gênero humano ainda sofre?
Por que eu ainda sofro?
Letargia? Inconsciência?
Inércia?
Ou será que estes tempos vindouros,
ainda não chegaram?
Um dia chegarão?

Que faço com meus sentimentos?
Enclausuro estes no mais torpe claustro medieval?
Calo estes no silêncio inquieto de um monge?
Ou apenas os acuso de obras do Diabo,
como fazem os inconscientes,
e culpo o bode expiatório,
pelos pecados meus?

Até quando???

Há aqueles que dizem,
que estamos em plena mudança,
não duvido, acredito,
mas minha alma não pode mais,
mudar, crescer, amar, envolver,
cair, sofrer e morrer.
Hoje estou lutando para me manter nesta alma.

Não quero migrar, não quero retrair,
não quero me tornar lúdico novamente,
quero reconstruir, mas de forma digna,
trazendo todos os tijolos que perdi,
nos vários processos,
e reconstruir minh´alma,
numa casa nova, com tijolos de todos os tempos.

Quero ser verdadeiro.
Não consigo ser falso,
me mata por dentro,
machuca minha criança interna eterna,
que não gosta de mentiras.

Aquele que mente e constrói,
constrói em bases móveis,
quais este deve equilibrar sempre,
senão um dia, estas mentiras o derruba.

Quero construir em terreno firme,
em terreno verde, sem águas profundas,
para construir uma só vez,
e depois só fazer manutenção,
cada época, sua vez.

Minha alma quer resgatar,
aquele ser pacífico,
telúrico, iluminado,
que só via paz, luz e consciência.

Resgatarei-me, nesta consciência,
farei minha purificação,
e assim, resgatarei-me verdadeiramente.

Perguntaria para este eu passado,
se este eu atual,
seria ele um dia.

Acho que a resposta seria não.

Com carinho compartilho,

Anjo Guardião Branco
Lua Solar do Jaguar, Limi 17, do ano Mago Espectral Branco.

Em busca de prodígios.