quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Em Asgard



Em Asgard


Nestes belos campos,
de infinita vida e glória,
convidado eu fui,
para visitar a morada dos deuses.


Palácios magníficos e lugares eternos,
onde os bravos se levantam,
para desafiar o mal,
na pessoa de Loki.


Templos suntuosos, de adoração,
onde os próprios deuses fazem orações,
fui convidado a lutar,
ao lado de Thor.


Juntei-me nesta epopéia,
para mais uma vez ser destino,
sendo audaz ao conversar,
frente-a-frente com Odin.


Na beleza da poesia,
prazer este proporcionado,
pela leveza na voz,
e nas palavras de Bragr.


No conceito de beleza,
pude deslumbrar,
honra esta me dada,
pela bela Freyja.


Na arte da espada,
me fizeram presente,
este dado por general,
o mestre da espada, Tyr.


Em Asgard, pude ver mais,
a morada dos deuses, uma a uma,
cheguei a ver o trono Hlidskjalf,
onde Odin vê o destino do mundo.


Vi Valhalla, morada dos bravos,
onde os grandes heróis vão,
quando caem em batalha,
treinando, se preparando,
à espera do Ragnarök.


Vi também, Gladsheimr,
palácio onde acontece a assembléia,
onde os deuses decidem o destino,
de mortais, monstros e deuses.


Estes três palácios pertencem ao Rei,
aquele que só tem um olho,
que sabe todas as respostas,
que não erra um tiro de lança,
que tem corvos, tem lobos,
ao seus pés,
pai de Thor, Baldr e outros,
o grande ancião dos tempos e Rei de Asgard,
o poderoso Odin, Rei dos Aesir.


Pude ver as deusas fiando,
fiando nuvens, contando histórias,
da bravura dos seus amados,
das desventuras de outros,
e do amor que sentem,
na palácio da Rainha,
senhora de Asgard,
a deusa Frigg.


Mas neste momento célebre,
ouvi o som de uma tromba,
que me fez tremer até os ossos,
vindo da ponte Bifrost, entrada de Asgard,
e com sua Gjallanhorn,
vi Heimdallr dar o alarme,
avisando os deuses;
aproxima os inimigos!!!


Vi então Thor tomar sua carruagem de bodes,
vi Tyr preparar sua arma,
ouvi Odin clamar por seus Einherjar,
e todos se prepararem para a batalha.


Chegando à ponte, todos vislumbram,
Gigantes, Monstros, Homens,
todos marchando para a Batalha,
contra os deuses, com Loki ao comando.


Era chegada a hora de morrer,
era chegado o Ragnarök.


História esta maravilhosa,
que conta os Skalds do tempo antigo,
a mitologia dos nórdicos, dos povos do norte,
contam histórias de bravura, glória e morte,
a epopéia dos Deuses Nórdicos,
suas moradas, armas e amores,
suas aventuras e quedas,
do princípio ao fim.


Lembrarei para sempre este dia,
que conheci deuses e heróis,
nos salões de Valhalla,
onde os bravos vivem para sempre.

Anjo Guardião Branco

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Raízes e Ramificações




Em algumas mitologias, o universo é explicado como uma grande árvore. Um exemplo, é a Yggdrasill, o freixo dos mundos, da mitologia nórdica. Este Freixo é o sustentáculo do universo, onde sustenta tanto o mundo dos homens, como o mundo dos deuses, dos gigantes, dos monstros, dos elfos, entre outros. É interessante esta explicação do universo, uma forma muito poética e digna de se explicar nossa existência.


Os Nove Mundos da mitologia nórdica se situam em determinadas partes da Yggdrasill, que determina sua situação nesta mitologia. Todos os mundos são tocados pela sombra do freixo e suas raízes vão à determinados mundos.


Eis que baseado nas maravilhosas histórias da Eddas da antiga Escandinávia, Germânia, e outros países do norte europeu, é que questiono sobre Raízes e Ramificações.


Ramificações segundo um dicionário on-line, é se dispor em ramos, em divisões ou sub-divisões de um caule. Já Raiz é definido como um órgão das plantas vasculares de fixação e absorção, normalmente subterrâneo.


Então, neste pensamento, podemos dizer que Raiz seria algo que buscamos, nosso íntimo, e também nossa origem, e Ramificações as divisões e sub-divisões do nosso caminho até nosso objetivo, que seria a copa da árvore.


A Questão é: De onde viemos? O que buscamos dentro de nós? Como trilharmos nosso caminho? Qual é o nosso objetivo?


Pergunto à todos nós; Já pensamos nisso? Em alguma momento da vida?


Sei que esta questão mais traz perguntas que respostas. Mas lembremos nossas respostas, elas sempre moraram conosco.


Qual é a nossa raiz? Alguns terão a resposta rápida, nasci em determinada família, país, povo, cidade, etc. Mas só isso não responde a pergunta. Cada povo, uma cultura, mesmo se inserido no mesmo país, pois os limites de um país é uma questão política, e não cultural. É comum vermos culturas iguais em países diferentes. É importante sabermos de qual país viemos, de qual familia somos descendentes, de qual sociedade somos formados. Mas estas respostas são apenas exteriores à nós, trazendo apenas pistas de quem realmente somos, pois as raízes, como já dissemos, é algo íntimo, interior, subterrâneo.


Quem realmente somos?


Só esta pergunta já dá vazão à muito questinamento, filosofias, teologias e pensamentos. Mas sabemos que esta é uma questão muito importante, que nos levará ao crescimento. A Grande verdade é que nós sabemos quem somos, só não nos lembramos...


Um dia, procure esta resposta, pergunte á si mesmo de onde você vem. Tenha esta compaixão consigo mesmo, pois esta informação é importante para nos definir como cidadãos do universo. Tenha esta auto-dignidade.


Agora mais uma questão, se não conhecemos nossas raízes, como saberemos nossos ramos? Também já sabemos, mas é importante lembrarmos...


Assim como a Mitologia Nórdica, nossa vida é um mistério. Um Grande e delicioso mistério, onde o maior mérito é encontrar nossa maior Herança, que é a Consciência.


No próximo tópico, vamos meditar sobre a 2º pergunta, “O que buscamos dentro de nós?”


Se desejas saber mais sobre a mitologia nórdica, eis que aqui tem um ótimo site para pesquisas:




Luz e Paz, Amor e Honra.


Anjo.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Momentos



Momentos

Eis que alguns momentos são de solidão.

São momentos de reflexão, de analisar, o quanto você cresceu.

Num dado momento, o Samurai deve se recolher ao seu templo, para pensar. Lá, ele fica vários dias, sozinho, tendo a oportunidade de reconhecer-se.

Este momento é tão válido quanto ao treino da espada.

Mas não é um momento fácil. Ele depara com suas escolhas, certas e erradas, depara com suas lutas, seus ferimentos, companheiros que caíram, pessoas que deixou.

É um momento triste.

Mas tudo isso traz a Sabedoria. É neste momento que ele se reconhece como cidadão do Universo, com alguém de tem a oportunidade de crescer, de aprender, de errar. Seus momentos alegres lhe trouxeram a Verdade da Vitória, mas seus momentos tristes lhe trouxeram a Sabedoria da Derrota. Uma é tão importante quanto a outra.

Então, depois de alguns dias de Meditação, o Samurai se reconhece novamente como a si mesmo, e parte mais uma vez do Templo, para o Universo.

Ele sabe que este Templo é o seu Coração.
Anjo Guardião Branco

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Toques de Luz II - Presentes





PRESENTES



Quantas vezes você se presenteou hoje?


Hoje mesmo, quantas vezes? Uma, Duas, Nenhuma? Acho que a terceira opção é a mais provável. Nós adoramos dar presentes, é da nossa cultura, além de ser gratificante ver a pessoa querida feliz com um presente dado por nós. Seja ele caro, grande, gostoso, pequeno, “lembrançinha”, enfim, um presente é um presente. Mas, quantas vezes nesse ano você presenteou a pessoa mais importante da sua vida? Uma, duas, talvez... Quem é essa pessoa?


Você mesma(o)!!!


Olhe no espelho, por um instante. Você verá uma pessoa linda, cheia de talentos, rica, adorável, gentil... que é você mesma(o). Você já se deu um beijo? Um abraço? Já agradeceu pela vida?
Somos um pouco indolentes nisso. Não sabemos nos presentear, e quando sabemos, exageramos. É muito comum isso, sabemos presentear um próximo, mas não nos presenteamos primeiro. Não se trata dar presentes como doces, balas, roupas, viagens, apenas, o aaior presente é se apaixonar. Claro, sem exageros, não queremos despertar nenhum Narcisista.


Para se presentear, não afague seu Ego. Nem mesmo se encha de doces. Simplesmente, vá até um espelho e se olhe por alguns instantes. Veja que pessoa bonita e bem preparada vai aparecer. Aceite isso, você é bonita(o) e bem preparada(o). Aceite isso de coração. Lembre-se que você é seu maior romance, seu maior caso de amor, pois você se apaixonou por você antes de nascer.


Então, vamos nos dar um presente hoje? É tão fácil. Diga obrigado pela vida, que já será um bom começo...


Apaixone-se...


Luz e Paz, Amor e Honra.


Anjo.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Herói



HERÓI

O Herói de Verdade se revela
no Campo de Batalha;
Traz consigo sua armadura e
a proteção dos Deuses;
Sua espada, sua coragem e sua energia.

O Herói é leve e doce,
suave como a Sakura,
delicado como a Seda,
meigo como o Lar,
inocente como a Criança.

Porém, quando seu Espírito é despertado,
quando os seus estão em perigo,
ruge como um Leão, seu Espírito,
acorda como um Urso,
Uiva como um Lobo,
Ganha os céus, como uma Águia.

Prepara sua fiel companheira,
sua Espada,
Ajeita seu poderoso amigo,
seu Escudo,
Veste sua nobre protetora,
sua Armadura,
E clama pela Proteção dos Deuses,
para mais uma Batalha.

No Combate, o Herói é implacável,
Sua Força é inesgotável,
Sua Destreza é infalível,
Sua Sabedoria, sua guia,
Sua Honra, seu refúgio.

Ele Luta com todas as forças,
com todas as técnicas que aprendeu,
com a Perspicácia da sua Mente,
com a Intuição da sua Alma,
com a Determinação do seu Espírito,
nunca vai se render, se não for uma Estratégia,
nunca vai recuar, se não for Necessário,
nunca vai cair, nunca vai exaurir suas Forças,
até onde a Natureza permitir.

O Herói não é um Deus,
pois sabe seu limite;
Sábio, ele usa isso a seu favor,
transformando seu limite em Energia,
fazendo dele um Deus.

Sua Estratégia é bem formada,
ele não se cansa de verificar;
Inteligente, sabe que algo sai errado,
e usa isso à seu favor,
tornando-o Invencível.

Sabe que a sua vitória depende,
da falha do seu adversário.

Sua dedicação é eterna,
sabe a hora de baixar a guarda,
sabe a hora de meditar,
sabe respeitar seu inimigo,
sabe reconhecer um amigo,
sabe agradecer na hora certa.

Sabe meditar, pedir, permitir,
aceitar, questionar, respirar;
encorajar, perdoar, ganhar,
refletir, cair, ir;
levantar, retornar, partir.

Sabe deixar o Universo fazer sua Parte,
e aceitar o que é determinado pelos Deuses.

E quando tudo acaba,
o combate termina,
seu inimigo prostrado, derrotado,
com sua espada nas mãos,
e seus amados ao seu lado,
o Herói exerce a Compaixão,
e permite o adversário partir,
para pensar nos seus erros.

Ele sabe preservar a Vida.

Mas também é precavido,
e não permite mais que
este inimigo o assalte novamente.
Esta é a Natureza do doar.

E assim, orgulhoso, sem ego,
pois é desprendido,
vitorioso, sem luxúria,
pois é simples,
o Herói retorna à casa,
retorna, à leveza, à música,
à suavidade da Vida, do Lar,
e permite-se viver.

Esta é a Natureza do Herói,
é forte, ágil e implacável,
é suave, leve e desprendido,
são nestes ditos opostos,
que na verdade são iguais,
é que ele vive sua vida,
pois venceu os mistérios
do Universo,
atravessou o véu de Isis,
leu do Livro da vida,
e retornou,
com a Glória do Criador.

Como um Urso, ele ruge
para um invasor,
mas depois de vencê-lo,
ele volta para o Lar,
e dorme sereno.

Não se é Herói,
sem antes negar,
todas as Trevas e a Guerra.

Se isto mora no seu coração,
você é um mero boneco nas mãos deles.
O Verdadeiro Herói,
é pura Luz.

Suave como uma melodia,
e Poderoso como um Trovão.

Assim é o Herói.
Anjo Guardião Branco

Um bom amigo


Um bom amigo

Silanisamsa Jataka


O Buda contou esta história no Monastério de Jetavana, sobre um devoto seguidor.


Uma noite, este fervoroso discípulo veio para perto da beira do rio Aciravati, em seu caminho para Jetavana, para ouvir o Buda. Não havia nenhum barco no ancoradouro e o barqueiro que atravessava aspessoas, havia puxado todos os barcos para longe do ancoradouro, pois também havia saído juntamente com os outros para ouvir o Buda.


A mente deste fervoroso discípulo estava totalmente imersa pelos maravilhosos pensamentos sobre o Buda e isto fez com que ele caminhasse sobre o rio, sem que os seus pés afundassem na água. Ele caminhava pela água como se estivesse andando em terra seca, entretanto, quando ele percebeu as ondas no meio do rio, suas fortes emoções e alegrias diminuíram e seus pés começaram a afundar, masrapidamente ele recomeçou a concentrar seus pensamentos nas qualidades do Buda. Assim, os seus pés subiram para a superfície da água e ele pode caminhar alegremente sobre a água. Quando chegou a Jetavana, ele saudou o Mestre com muito respeito e tomou um lugar para sentar.


O Buda falou: "Bom seguidor", dirigindo-se a este discípulo, "Eu espero que você não tenha tido nenhum acidente em sua vinda para cá."


O discipulo respondeu: "Venerável senhor, enquanto vinha para cá, eu estava tão absorvido nos pensamentos do Buda que quando cheguei ao rio, fui capaz de caminhar sobre ele como se este fosse sólido. O Iluminado disse: "Meu amigo, você não é o único que foi protegido neste caminho. Nos velhos tempos, fervorosos seguidores que tiveram seus barcos afundados no meio do oceano foram salvos por relembrarem das virtudes do Buda". A um pedido de um homem, o Buda contou esta história do passado.


Ha muito tempo atrás, no tempo do Buda Kassapa, um discípulo dele, pegou uma passagem num barco junto com seu amigo, um rico barbeiro. A esposa do barbeiro pediu ao discípulo que cuidasse do seu marido nesta viagem. Uma semana depois que o barco deixou o porto, ele afundou no meio do oceano. Os dois amigos foram salvos ao se agarrarem num pedaço de madeira, a ultima coisa que sobrou do barco afundado e que os ajudou a chegar numa ilha deserta. Famintos, o barbeiro matou algumas aves,cozinhou e ofereceu a metade para o seguidor do Buda.


Ele respondeu ao oferecimento da comida com as seguintes palavras: "Não, muito obrigado, eu estou bem". Então ele pensou consigo mesmo. "Neste lugar tão isolado, não existe socorro para nós com exceção da Gema Tripla". Enquanto ele estava sentado meditando sobre a Gema Tripla; um rei naga, que nasceu nesta ilha, transformou-se em um lindo navio repleto com sete espécies de jóias. Os três mastros do navio eram feitos de safiras, os lados dos navio e as ancoras eram de ouro e as cordaseram de pratas.


O timoneiro, que era um espírito do mar, apareceu no navio e gritou.


Tem aqui algum passageiro para Índia?".


"Sim" o discípulo respondeu. "Este e o lugar que nós estávamos indo".
"Então suba a bordo", o espírito respondeu.


O seguidor subiu a bordo do lindo navio e voltou-se para chamar seu amigo barbeiro.
O espírito do mar então falou, "Você pode vir, mas ele não pode".


"Por que não"? o discípulo perguntou.


O espírito do mar respondeu, "Ele não é um seguidor de uma vida religiosa, eu trouxe esse navio para você e não para ele". O discípulo respondeu: "Neste caso, todos os dons que eu ganhei, todas as virtudes que pratiquei, todos os poderes que eu desenvolvi - eu dou tudo isto a ele".
"Obrigado mestre!", gritou o barbeiro.


"Muito bem" disse o espírito do mar, "agora eu posso levar os dois para bordo".


O navio levou os dois homens pelo mar até o Rio Ganges. Após deixá-los seguros em suas casas em Varanasi, o espírito do mar usou seu poder mágico para criar um grande tesouro para ambos. Posteriormente, ele levitou e ensinou para eles e seus amigos: "Se alie com a sabedoria e a bondade. Caso este barbeiro não estivesse na companhia desse sincero seguidor, certamente teria perecido no meio do oceano".Finalmente, o espírito do mar retornou para o seu mundo, levando o navio com ele.


Concluindo seu discurso, o Buda identificou o Nascimento e ensinou o Dharma, declarando que o seguidor entrou no segundo caminho. Acrescentando, disse: "Naquela ocasião, o discípulo atingiu o estado de arhat (santidade), Shariputra era o rei naga e eu, o espírito do mar".


A moral da história: Busque se associar aos sábios e bons


A tradução deste texto é uma preciosa colaboração de Vera Vicente - Lotusvera@aol.com

Com ilustração de Sandro Neto Ribeiro sandro@vertex.com.br