quinta-feira, 2 de abril de 2009

Um Mito Templário




Numa bela manhã de Outuno, Gerrard Bertrand resolveu tirar uma folga de suas intermináveis atribuições na Ordem do Templo. Resolveu passear pelas relvas de Jerusalém, onde estavam acantonados já há algum tempo. Tinham recebido uma tarefa hercúlea do rei, defender os peregrinos ante os Sarracenos. Mesmo para um já experimentado Templário, essa seria uma tarefa difícil, quase titânica e isso pesava na sua consciência. Resolveu pegar seu cavalo e ir passear no morro das oliveiras. Uma vez lá, viu um pequeno garoto chorando, segurando um pequeno pergaminho nas mãos. Tocando em seu coração com tal cena, Gerrard desceu do cavalo para ver o que havia com o garoto. Este garoto, com traços notavelmente árabes, chorava desconsolado e nem mesmo respondia às investidas do Templário. Gerrard então mudou de estratégia, começou a brincar com o garotinho. Logo viu que o garoto diminuiu o choro, começou a prestar a atenção naquele homem enorme, que agora parecia um bobo da corte. Depois de ver o garoto parar de chorar, Gerrard tentou conversar com ele, sem sucesso, pois não sabia falar em árabe. Mesmo assim tentou, até que disse a palavra “mãe” em latim, e isso pareceu tocar o garoto. O garotinho olhou pelo lados, pegou na mão do Francês e o levou pela mata que ali era alta, até uma pequena elevação. Lá o garoto apontou para um casebre, onde havia um homem e uma mulher, deitados e amarrados. Havia também três homens, vestidos com armaduras e com véu no rosto, que entravam e saíam da casa, cada vez com um algo nas mãos. Isso inflamou o coração de Gerrard, era um saque. Mesmo não sabendo se o garotinho iria lhe entender, ele pediu para que ficasse ali, escondido. Então, o Templário, com o coração tomado por uma fúria justiceira, tomou sua espada á mão e desceu a pequena elevação correndo, em direção aos ladrões. Uma vez lá, Gerrard se viu em desvantagem numérica, mas sua astúcia e fúria, iria falar por ele. Os ladrões, o atacavam desordenadamente, permitindo as investidas de Gerrard. Logo, o bem treinado Templário já dominava a batalha. Sem chances visíveis de vitória, os ladrões bateram em retirada ao sentir a espada do Templário. Uma vez com o campo livre, o Francês desamarrou o casal, e os colocou em pé, pois já eram de algum idade. Com o pequeno garoto nos braços, o casal agradeceu ao Templário à sua maneira, lhe fazendo a reverência típica dos árabes. Já vendo que tudo estava em ordem, Gerrard foi se retirando. Quando já chegava em seu cavalo, sentiu o pequeno toque das mãos quentes do garoto árabe. Quando virou-se, o garoto deu ao Templário o pergaminho que segurava nas mãos. Gerrard tentou ler, mas estava em árabe. Agradeceu ao garoto e foi embora.


Depois de alguns dias, Gerrard encontrou um conhecido mercador árabe que falava muitos idiomas. Pediu, por curiosidade, para que este mercador traduzisse o pergaminho para ele. O árabe pegou o pergaminho e riu. Gerrard não entendeu, mas logo o árabe se explicou:


- Este é um poema sufi. É engraçado saber que chegou às mãos de um Franco. Aqui ele diz “ A Bondade e a Nobreza não conhece barreiras...”


A Bondade e a Nobreza não conhece barreiras... Nem mesmo as barreiras culturais e religiosas. Todas as religiões reconhecem a palavra “Bondade” e “Nobre” ou “Santo”. Esta foi a lição que este Templário trouxe para França, quando este retornou das intermináveis Cruzadas...


“Não importa como você chama pelo Criador.
Não importa se você o chama de Deus, Jeová ou Alá.
O que importa de verdade,
é que Ele atende a todos os nomes.”


Com Carinho Compartilho,


Anjo Guardião Branco.

2 comentários:

Carmen Helena disse...

Saudações....
Não posso deixar de comentar esta linda leitura de encheu meu coração e transbordou minha alma de alegria...sim como você disse
“ A Bondade e a Nobreza não conhece barreiras...” nem mesmo as linguas diferentes...pois muitas vezes não dizemos com palavras mas sim com o coração...e este todo o ser de coração puro sabe entender...
Obrigada por compartilhar...

Paz e Luz a todos!

Carmen

E.I.R. disse...

Nobre amigo,

Aqui está uma bela leitura.

De fato, como já ouvi um grande dizer.. o amor não tem língua, assim como as virtudes são imorredouras, e os princípios como lealdade, honra, justiça, bondade, dentre outros, atravessam as culturas e o tempo.

Muita Paz e Luz sempre.

Abraço